sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Dois mil e ouse!

Adeus 2010!
O que ficou?! Lição e histórias, ainda mais, pra contar...

E que em dois mil e onze, a gente ouse, e ainda mais.
Será o ano da virada, pode apostar.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

À flor da pele

Ao longo do tempo é natural que algumas coisas se fortaleçam, e que outras se enfraqueçam. Acho isso natural. É natural que o que ganha vigor precise saber que isso não é eterno, assim como aquilo que fragilmente ficou pelo caminho pode a qualquer tempo ter outro fim.
Hoje, 10 anos após uma grande lição, me encontro diante de outros grandes desafios. É redundante até dizer que sejam grandes, mas é que somos do mesmo tamanho daquilo que desafiamos. É como o dito popular que diz que "Deus dá frio conforme o cobertor". Concordo. As escrituras falam que não existe tentação insuportável e maior que nossas forças - e isso é um martelo que destrói qualquer álibi de fragilidade, que arrasa o mais agudo argumento que apóia a covardia.
Ainda vou escrever esse ano, apesar de ter passado um longo tempo ausente daqui. Mas é que evito falar alguma coisa pela qual venha me arrepender depois, e de bobagens sempre me arrependo.

Lembro que nessa época no ano passado estava no Rio, na casa de Bibi e Rafa, com Giulia ainda tão pequena. Hoje ela tá mais forte, foi uma das coisas que ganhou vigor nesse 2010 que está prestes a se apagar na última luz. E cada dia mais esperta.

A vida não merece avaliações, só os erros. Aliás, retiro o que disse, nem os erros. Acredito que avaliar é perder tempo quando se podia acertar. Ou ainda errar de novo, e por que não?! Por que esse clichê de 'aprender com os erros'? Pra que o medo que nada arrisca?! Onde está a ousadia de não errar de novo?!
Gosto dos que insistem. Esses merecem todo o êxito que houver nessa vida. Porque sabem que vão errar, erramos muito! E isso não nos faz mais (ou menos) sábios! E fé não combina em nada com medo. Fé está muito perto de risco. Risco de ser chamado de louco, e convenhamos: o mundo é dos loucos.
O avanço tecnológico é devido aos loucos. As grandes expressões artísticas recebem a assinatura dos loucos.

Estou à flor da pele, no sentido de sentir o mundo. Cada expressão de loucura me enche a medida. Cada sinfonia que ouço, cada livro que leio, cada detalhe que observo me toca. E tudo isso se mistura dentro em mim, e assim me lanço a mais uma década. Em 2020 estarei com 37 anos, e quero ter experimentado tudo na mesma intensidade com que provei tudo de dez anos pra cá. Foram tantas coisas que deram alegria que soa desafiador falar em intensidade quando comparo essa expectativa. Mas vamos lá, esse é o meu combustível, sempre foi. E não é agora, na flor da idade e à flor da pele que vou mudar. Espero que não.

domingo, 28 de novembro de 2010

Guarda o coração

Das coisas que mais se deve guardar, há uma tão sagrada que até a Bíblia, o livro dos livros, alerta a ser guardado. "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida", diz o livro de Provérbios, com singular e particular sabedoria. Acredito isso como um grande desafio, principalmente àqueles que colocam, em tudo, o coração. A crença aqui é genérica, não é de amores que fala esse post. É da vida, já que sem esse órgão ela não existe.
Eu particularmente guardo muitas coisas, e em vários lugares. Em casa guardo uma caixa, aliás, agora duas com monte de coisas. No carro também cabem coisas que só lá ficam guardadas. Na alma não é diferente, e lá ficam acumuladas coisas que faço questão de não esquecer.

Troquei recentemente a música do meu alarm clock. Agora a alvorada é ao som de 'Hunting high and low' do A-ha, que é uma linda canção. O amor é um gigante, um gigante adormecido. Não queira acordá-lo, você é incapaz de fazer isso! Guarde o seu coração que ele é um bom despertador, preparado com uma canção que raramente se ouve.
Guarde-o da avareza, que essa é incapaz de dividir, e o amor é divisão. E algo de tanto valor não pode ser dividido assim, como se reparte um bolo. Ah, lembre de guardá-lo de ressentimento também. Ressentir é sentir de novo, e não se sente a mesma coisa duas vezes. E sentir de novo é ficar impregnado do que já se foi, um jeito triste de não se guardar o coração. Meio contraditório isso, guardar e ressentir.

Enfim, tudo o que é verdadeiro, que é honesto, que é justo. Tudo o que é amável, de boa índole, de boa fama. Acho que há alguma virtude nisso. E também acho que é disso que sobrevive o coração, quando bem guardado. Ou do inverso sofre com o avesso dessas coisas, quando não guardado.
Senão, como um ledo engano vai se cansando, e desacreditando em fase terminal. Melhor guardá-lo, e esperar que ele toque na hora certa e suavemente realize o seu papel. Acordou?!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Dois ovos, farinha e fermento, muito fermento

Nem sempre as coisas são tão fáceis como inicialmente se imagina.
Não sei se você já tentou fazer um bolo, ou uma receita qualquer, e apostou ser improvável que viesse a dar errado. Não fazemos nada achando que vai dar errado, pelo menos eu. Sempre faço tudo pra dar certo e, principalmente, que vai dar certo. E tem sido assim há 27 anos.
Tô falando isso porque depois de ver o bolo pronto e saboreá-lo é bom, e fácil elogiar. Fazer também é, mas nem sempre é tão fácil, o que não faltam são pessoas para dar opinião nonsense, sem saber que tudo que você aprendeu ao longo do tempo foi usado naquela receita e foi junto ao forno.

São lições, atalhos, expedientes usados, tudo o que deu certo e o que não deu. A hora de colocar e de retirar do forno. Onde ir buscar os melhores ingredientes e de que forma aplicá-los, assim como saber tirar o melhor deles. Enfim, fazer acontecer e fazer com que fique bom, outra vez.

Dia 05/11 estreia, oficialmente, minha banda Gafieira Soul. Pronta. Saindo do forno.
E venho bem acompanhado. Trago a confiança, a amizade e a cumplicidade de Rico e de Flávio, temos crescidos juntos e só saberemos o valor disso mais adiante. E trazemos também o talento de Riva, a segurança de Israel, o astral de JP, a energia de Faxineira e o brilho de Lara. Todos se encaixaram nesse nosso quebra-cabeça, ou melhor, nessa receita.

Com uma pitada de cada um deles, fizemos a Gafieira Soul e dizemos, por isso, que a banda toca dobrado. Eu aumentaria essa multiplicação, mas é preciso humildade, sempre ousadamente humilde. Por isso, aguardo todos por lá. Ou melhor, aguardamos todos por lá (no plural porque são 3 chef's).

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Novo pneumotórax


Meu diagnóstico foi feito. Minha doença se chama poesia.
Não sei que poesia é só para recitar. Eu acredito. Acho que poesia é para viver.
E os poetas são todos doidos. Poesia é uma forma de loucura.
Veja só: o Fernando Pessoa diz “Tudo menos ter razão!” Se ele fosse normal diria o contrário, “Tudo menos não ter razão!”.
É por isso que os normais brigam uns com os outros, especialmente marido e mulher: cada um quer provar que está com a razão. Razão é o que todo mundo pensa e faz. Qualquer idiotice que seja feita por todos passa a ser considerada sabedoria.
(...) Isso que normalmente damos o nome de razão são máscaras, mentiras, equívocos, farsas. A nossa verdade anda sempre enterrada.

Rubem Alves

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sobre simplicidade e sabedoria

Diz o Tao-Te-Ching: "Na busca do conhecimento a cada dia se soma uma coisa. Na busca da sabedoria a cada dia se diminui uma coisa."
(...)
Sabedoria é a arte de degustar. Sobre a sabedoria Nietzsche diz o seguinte: "A palavra grega que designa o sábio se prende, etimologicamente, a sapio, eu saboreio, sapiens, o degustador, sisyphus, o homem do gosto mais apurado." A sabedoria é, assim, a arte de degustar, distinguir, discernir. O homem do saberes, diante da multiplicidade, 'precipita-se sobre tudo o que é possível saber, na cega avidez de querer conhecer a qualquer preço.' Mas o sábio está à procura das 'coisas dignas de serem conhecidas'. Imagine um bufê: sobre a mesa enorme da multiplicidade, uma infinidade de pratos. O homem dos saberes, fascinado pelos pratos, se atira sobre eles: quer comer tudo. O sábio, ao contrário, para e pergunta ao seu corpo: 'De toda essa multiplicidade, qual é o prato que vai lhe dar prazer e alegria?' E assim, depois de meditar, escolhe um...

A sabedoria é a arte de reconhecer e degustar a alegria. Nascemos para a alegria. Não só nós. Diz Bachelard que o universo inteiro tem um destino de felicidade.

O Vinícius escreveu um lindo poema com o título de "Resta..." Já velho, tendo andado pelo mundo da multiplicidade, ele olha para trás e vê o que restou: o que valeu a pena. 'Resta esse coração queimando como um círio numa catedral em ruínas...' 'Resta essa capacidade de ternura...' 'Resta esse antigo respeito pela noite...' 'Resta essa vontade de chorar diante da beleza...'. Vinícius vai, assim, contando as vivências que lhe deram alegria. Foram elas que restaram.

As coisas que restam sobrevivem num lugar da alma que se chama saudade. A saudade é o bolso onde a alma guarda aquilo que ela provou e aprovou. Aprovadas foram as experiências que deram alegria. O que valeu a pena está destinado à eternidade. A saudade é o rosto da eternidade refletido no rio do tempo. É para isso que necessitamos dos deuses, para que o rio do tempo seja circular: 'Lança o teu pão sobre as águas porque depois de muitos dias o encontrarás...' Oramos para que aquilo que se perdeu no passado nos seja devolvido no futuro. Acho que Deus não se incomodaria se nós o chamássemos de Eterno Retorno: pois é só isso que pedimos dele, que as coisas da saudade retornem.
(...)
Aí eu consulto o meu bolso da saudade. Lá se encontram pedaços do meu corpo, alegrias. Observo atentamente, e nada encontro que tenha brilho no mundo da multiplicidade. São coisas pequenas, que nem foram notadas por outras pessoas: cenas, quadros...

Diz Guimarães Rosa que 'felicidade só em raros momentos de distração...' Certo. Ela vem quando não se espera, em lugares que não se imagina. Dito por Jesus: 'É como o vento: sopra onde quer, não sabes donde vem nem para onde vai...' Sabedoria é a arte de provar e degustar a alegria, quando ela vem. Mas só dominam essa arte aqueles que têm a graça da simplicidade. Porque a alegria só mora nas coisas simples.


(Rubem Alves, "Concerto para corpo e alma", pg. 09.)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Rafa de sapato novo!

Peço licença pra mudar de nome.
Antes meu dono me chamava de rafaelfonsecademelo, mas achou por bem me dá essa nova alcunha: rafadesapatonovo.

Se isso fosse na vida real seria uma burocracia danada. Ele mesmo disse que precisava de um processo, uma ação, se justificar pro juiz, falar com um tal de Ministério Público, e blá, blá, blá.
Daí fiquei cansado só de ouvi-lo, e olhe que ele fala!

De sapato novo porque é assim que passo a caminhar. Com um novo pisar. E a partir de agora só vou onde os novos sapatos me mandarem. Rafa também me disse que o soneto que ele mais gostava era o do 'desmantelo azul', de um tal Carlos Pena Filho. Tá. Mas... o que eu tenho a ver com isso?
O que um espaço feito pra parar um pouco o que está acontecendo na vida real - que é tão chata quanto previsível - e entrar num mundo que é só dele, tem com isso?!

É que Rafa acaba de pintar de azul os seus sapatos, por não poder de azul pintar as ruas. E foi daí que nasci!
Ando, disse ele - literalmente - de sapatos novos. Pense em como você se sente de sapato novo: o comprou pra usar com aquela roupa, e sair pra'quele lugar, talvez pra mostrar aos outros. Ou pra correr melhor, jogar melhor, viver melhor.

E é exatamente assim que Rafa tá. De sapatos novos. Na alma, nos pés.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Fome de que?

Tava pensando o que me satisfaz e vi que me alimento de sonhos. É! Muitas vezes só com eles - e mais nada - já fico satisfeito.
Sabendo disso, minha querida Didi, que me acompanha desde que nasci, diuturna e gentilmente serve o meu almoço - quando dá pra fazer isso em casa - nem sempre só com comida.
Conversamos sobre tudo, e viro fera se alguém disser que ela não sabe das coisas. Ela sabe, e sabe muito de tudo.
Sabe da vida, e o resto não importa. Outro dia regularizei o título de eleitor dela, para que pudesse votar nas próximas eleições. Disse que todos deviam ter consciência política, ajudar os menos favorecidos e prestar contas do que fazem. Ou seja, sabe tudo.

Mas sim, voltando. Gosto de ouvi-la falar sobre os filhos, que foram feitos no tempo certo, com a pessoa certa e acima de tudo com amor. Sempre comenta do jeito e do gênio que cada um tem. Esse carinho pelos herdeiros ela também dispensa a mim, já que me pegou nos braços e me viu crescer.

Acabo sempre saindo satisfeito da mesa. Almoço, mas também escuto e, como já dito, isso também me alimenta. Talvez até mais, pois nunca tive indigestão por sonhar.
Por isso a minha crença que as coisas irão chegar, ah irão. No tempo certo, na hora certa, do jeito certo.

Ando faminto, mas logo converso com Didi e a fome passa.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Velha opinião formada sobre tudo

Tenho visto o futuro passar em minha frente, e é tudo como um bom sonho.
Para não ficar como um cão que corre, sem sentido, atrás da roda dos carros, parei pra pensar se aquilo foi mesmo o futuro, e se seria bom pra mim.
Digo isso porque nossa tendência é sempre achar que tudo o que reluz é ouro. O ouro brilha e é raro, e as pessoas que mexem com a gente também são assim, brilham e são raras.
Me encanto e todos se encantam, é bem verdade. Somos assim e não há como fugir disso.

Mas voltando ao futuro, faltam pouco mais de 3 meses pra acabar a década.
COMO?! Somos trágicos e cruéis quando também queremos ser, não?!
Veja o que eu disse: 3 meses para o fim da década. Podia dizer 3 dias para acabar o mês, ou ainda os mesmos 3 meses, só que para acabar o ano.

Mas é que década assusta mais do que ano, e mês assombra mais do que dias.
E somos assim mesmo, bons e maus, trágicos e leves, quando queremos ser isso ou aquilo.
Eu quero ser o mesmo, só isso. Se não metamórfico, ao menos autêntico - que, ainda, é uma virtude.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O preço cobrado, e bem pago

Vivemos no país do suingue, e no país da contradição, já cantou Lenine.
E nesse ringue, da mesma forma que o brasileiro usa de tantos artifícios para sobreviver, é preciso uma boa dose de equilíbrio para se trabalhar nesse país.
Aliás, para conduzir a carreira, de maneira ética, transparente e útil às pessoas. Digo isso porque são poucos os que pensam no outro. E como dizemos que amamos a Deus, se não amamos o nosso irmão?! A quem estamos enganando?!
Ser útil vai além de ser cooperador. E essa é a tolerância da alma, pensamos muito em nós mesmos.

Pago alto por achar que tudo sempre vai dar certo, profissionalmente muitas vezes pago com minha própria reputação - e, o que é pior, por uma culpa que não é minha.

Hoje recebi um elogio que guardarei pra sempre comigo. E para não ser piegas não vou repeti-lo pra vocês. Mas as vidas ainda falam muito alto, em tempos de hipocrisia, a tal ponto de não se escutar algumas palavras.

Mas, desesperar jamais. Afinal de contas, não te cabimento entregar o jogo no primeiro tempo. Certo?!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Depois do samba suas vidas nunca mais foram as mesmas

Se tem alguém que faz falta, em todos os sentidos, esse é um dos maiores caras que conheço.
Uma figura humana única, inteligente, educado, parceiro. Amigo.
Como ele escolheu o melhor final de semana, no meio de um feriado, para vir a Recife, vai me acompanhar nessa maratona de 7 de setembro.
Além de Porto, Tamandaré e Olinda (aonde ele insiste que quer viver de amor e sonhar), temos 3 shows e ele também vai me acompanhar pela estrada. Além de irresponsável e farrista, dos tempos de Floripa, jamais me abandonou.

Como não aprendi, e dificilmente aprenderei, a escrever saudade no aumentativo, ele chega para lembrarmos uma das melhores fases da minha vida.
Bem vindo ao melhor do Nordeste Ricardo!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

E a cuíca não para!

Final de semana cheio!
Voltar a tocar me faz bem, e é muito bom tá do lado de músicos e amigos, ou melhor - amigos e músicos - e beber na fonte de tantos talentos.
Aprendo humildemente a cada dia, e antes de me achar alguma coisa pelo meu currículo, olho pros deles e vejo que andar em boa companhia é privilégio de poucos.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O bem amado

Muito bom esse 'O bem amado'!
Sou fã incondicional do cinema nacional, do Guel Arraes, da Paula Lavigne e das trilhas do Caetano que, ao lado das brilhantes atuações de Marco Nanini, José Wilker e Matheus Nacthergaele, deixaram o filme um primor.
A obra de Dias Gomes que, diga-se de passagem, é anterior ao ano de 1964 e à ditadura, foi fielmente transportada pra telona. Ou seja, é a nossa mesma democracia atual.
Com uma bela fotografia, o cenário das belas Alagoas na cidade de Marechal Deodoro, é um dos melhores filmes brazucas que já assisti. Nunca é clichê satirizar a política, principalmente nos tempos atuais, com tantos desmandos e descrenças.

Qualquer semelhança de Odorico com os nossos mandatários é mera coincidência...

[http://www.obemamado.com.br/]

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Formação de Quadrilha

Mais que um time, tornou-se uma família.
Além da honra, mexe com meu ego tocar ao lado dessas feras.
Riva, João, Flávio, Adriano, Rico e Israel.
Em breve, muito em breve.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Eliza 'Repúdio'

Como temos juízes nesse Brasil!
Todos querendo condenar o Bruno, Macarrão, Bola...
"Prisão perpétua! Pena de morte! Assassino!", já ouvi de tudo por aí. E num país como o nosso é muito fácil, e tão quanto irresponsável, ser formador de opinião.
Imagino se a Eliza Samudio aparecesse, vinda da Europa com as mãos tomadas de compras (rotina comum a essas mulheres) e desembarcasse no Galeão sem saber que estava morta. Sim, porque a desinformação é tamanha que teve noticiário nos EUA mostrando a foto do goleiro Bruno, mas o da Seleção Brasileira de Handebol, como sendo o "assassino de uma mulher que era mãe do seu filho", tamanha a confusão da polícia, da justiça e dos inconsequentes e irresponsáveis (!) meios de comunicação.

Acho improvável ela estar viva, mas é preciso provar que ela está morta.
E não cabe aos acusados provar que ela está viva e sim às autoridades demonstrarem a sua morte. Isso é coisa muita séria para se presumir. Se a vida é um bem, a liberdade também o é, e até a esposa do goleiro está presa. Só faltam prender o menor e diminuir jurisprudencialmente a idade fixada legalmente.
Se ela pode estar morta, do mesmo modo também pode estar viva. É tudo possibilidade e suposição.
Sim, porque esqueça presunção de inocência ('todos são inocentes até prova em contrário', blá, blá, blá), contraditório e ampla defesa e outros princípios previstos na Constituição. A Carta Magna, coitada, tem seu exemplar em cada lixeira das Delegacias de Polícia espalhadas por essa republiqueta de bananas chamada Brasil.

Vivemos no país da farsa, isso não é novidade. Na política, é uma Dilma Roussef, que nunca sorriu nos 7 anos em que foi ministra (ao contrário, espalhou antipatia e hostilidade por onde foi), e de uma hora pra outra aparece com um sorriso aberto e amarelo, falso como grande parte do PT, e viajando - mesmo doente - com o Lula pra tudo quanto é lugar. No esporte, é um país que sediará uma Copa do Mundo mas que não sabe organizar nem os seus próprios campeonatos - com datas, regulamentos e fórmulas malucas. E no Judiciário não podia ser diferente, claro. Se o bispo é corrupto, o concílio não podia ficar atrás.

Enfim, é preciso concluir esse post, antes que você deixe de lê-lo.
Mas é preciso também achar o corpo morto. Antes que ele apareça calçando Louis Vuitton, vestindo Gucci e cheirando a Chanel. E ingressando com uma ação de alimentos, pedindo R$ 10.000,00 por mês, talvez para mais uma viagem.

Maria, maria

Maria é uma menina com uma bela história de vida.
Depois de nascer jamais encontrou e conquistou nada fácil. Aliás, vida fácil era uma coisa que ela jamais veio a ter.
Ao invés de fraldas, leite, conforto, escola, cultura, celular, internet, paqueras, faculdade, shows, academia e viagens, Maria foi empurrada pra vida, como boa parte de seres que parecem brotar como grama e são lançados à própria sorte, sem nenhum instrumento e desejos que funcionam como ópio trazido por uma modernidade cruel.
Quando ouvi a sua história, lembrei de um poema da Adélia Prado, onde ela disse assim:
"(...) tudo que nasce deve mesmo nascer sem empecilho, mesmo que os nascituros formem hordas e hordas de miseráveis e os governos não saibam mais o que fazer com os sem-teto, os sem-terra, os sem-dentes e as igrejas todas reunidas em concílio esgotem suas teologias sobre caridade discernida e não tenhamos mais tempo de atender à porta a multidão de pedintes. Ainda assim, a vida é maior, o direito de nascer e morar num caixote à beira da estrada é muito maior. Porque um dia, e pode ser um único dia em sua vida, um deserdado daqueles sai de seu buraco à noite e se maravilha. Chama seu compadre de infortúnio: vem cá, homem, repara se já viu o céu mais estrelado e mais bonito que este! Para isto vale nascer."

E a vida, como essa série de coisas que não sei explicar bem, segue com tantas marias
, com dores de menina calada, deixando a vida nascer e morrer, com uma série de coisas que nem todos conseguem ver nesse intervalo. Talvez por isso exista tanta infelicidade espalhada por aí.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Amor

Ainda bem que se for comprado não é ele,
se soberbo nunca será ele,
e se tiver inveja, vaidade, interesse próprio, pode ser qualquer coisa, menos ele.

Maurício de Souza não tem idade...



Modéstia Parte

O que aconteceria se depois de pensar muito em fazer uma coisa, você reunisse amigos e os convidasse a fazer algo exatamente como você imagina há anos?! Pessoas com a mesma intenção, talentosas e de cuja companhia passaria horas fazendo o que mais gosta, que é tocar. Depois visse que tudo o que imaginou no papel ficasse melhor ainda na realidade?!
Assim venho, de primeira mão anunciar minha nova banda - digo minha porque sou um pai orgulhoso, assim como a maioria dos pais dos bons filhos.

Vem aí a Modéstia Parte, pra fazer música que toca às 17:30 nas rádios e música do lado 'B' de alguns LP's que muitos ainda guardam em casa. Aposto que irão consertar a vitrola e reviver os clássicos que tocaremos ao vivo, aposto!

Venho acompanhado e, Modéstia Parte, muito bem acompanhado. Pois como dizia Vinícius, só ando em boa companhia. Flávio nos vocais, com a força, garra e alegria que lhe são peculiares, achei as músicas iradas no timbre inconfundível dele. Riva Le Boss na guitarra, melhor produtor musical que conheço, trazendo consigo toda a estrada, experiência e versatilidade, que são públicos e conhecidos, além de ser sangue bom pra caramba. Israel, no baixo, meu fiel companheiro e talento que dispensa menção. Aliás, dispensa não, já que essa banda tem o jeito dele: surpreendente e consistente. Nos teclados, uma nova e grata surpresa, Ricardo "Gordo", músico dos mais sérios e comprometidos que já vi e ouvi tocar, é o maestro e termômetro que mede o clima do nosso repertório - quando o bicho pega a culpa é dele. E nos metais, para o meu orgulho, Adriano "The Sax Man" e João Perninha no Trompete compõem o naipe mais performático que conheço, e que trouxe consigo o peso que precisávamos.

Enfim, vocês estão perdendo por nos esperar. Módestia Parte.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Na centésima primeira

"Quando nada mais parece ajudar, eu vou e olho o cortador de pedras martelando sua rocha, talvez cem vezes,
sem que uma só rachadura apareça.

No entanto, na centésima primeira martelada, a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi aquela a que conseguiu, mas todas as que vieram antes."

(Jacob Ritss)

Sempre preciso (sinônimo de exato, mas também de necessário).
Sempre Fabrício.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Guaraná, suco de caju e goiabada para sobremesa

Meu melhor presente de aniversário, dado pelo sempre criativo Diego 'Nego' Rosendo, o livro 'Vale Tudo - O som e a fúria de Tim Maia', que é a biografia desse literal enorme artista, compositor, cantor e sobretudo sinônimo de encrenca, contada pela precisa caneta de Nelson Motta, veio em muito boa hora e coincidiu com o meu retorno para a noite.

Após recusar alguns convites pra tocar, não por vaidade mas por simples falta de tempo, volto fazendo da arte um refúgio em tempos de sem-graça geral. Na política, no esporte e na poesia tudo anda em um banho maria insoso, inimaginável nos tempos do síndico da Música Popular Brasileira. Todos sabem, não sou muito da noite, gosto do dia, da alvorada. Mas tenho que reconhecer que é no entardecer que as pupilas ficam mais propensas a deixar o resto do corpo mais feliz.

E é lembrando o velho Sebastião Rodrigues Maia, que traduzo tudo isso: só não vale dançar homem com homem, e nem mulher com mulher. O resto vale.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Obrigado!

Tentei de várias formas agradecer cada manifestação de carinho que recebi nesse dia que completo 27 anos, mas nada vai conseguir ser grato tanto quanto fui feliz hoje.
Termino esse 28 de junho deveras envaidecido, como em nenhum antes. Nunca recebi tantas mensagens, ligações, presentes, correios, e-mails. Até a seleção brasileira fez parte da festa!

Vibrei e me senti mais vivo por cada letra de cada palavra, por cada gesto - seja de muito perto ou de muito, mas muito longe - de cada pessoa que lembrou e de alguma forma me fez provar o quanto é bom o resultado dessa conta de multiplicar amigos.

De coração, com o mesmo afeto retribuído. Muito obrigado!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Não durma pensando em sonhar

"Morrer, dormir. Dormir, talvez sonhar"

Shakespeare, Hamlet, ato 3°, cena 1ª.

sábado, 19 de junho de 2010

Que poder é esse?!

Um físico desafiou:
"Como que o sentimento pode o tempo atravessar?!"
Um cínico dissimulou:
"Isso vai passar..."

Um místico profetizou:
'Tava no seu caminho escrito e não se apagará!'
Um lírico poetizou:
"Dá pra ver no ar..."

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A França, no futebol e na vida

Todo brasileiro acha, e eu não sou diferente, a Argentina mais rival que a França. Mas como minha memória do futebol é de 90 pra cá e deixando os nossos vizinhos um pouco de lado, acho graça dos franceses se dando mal.
Não pela final de 98 e nem pela eliminação de 2006, mas pelo jeito de como se classificaram para essa Copa da África do Sul.

A França não podia estar na Copa, tirou desonestamente o lugar da Irlanda. Lembra aquela ajeitada do Thierry Henry com a mão no último jogo das Eliminatórias para a Copa?! Aliás, ajeitadas, assim no plural mesmo. Nem se fosse volei valeria, seriam dois toques e isso nem lá pode.
A questão é que a França levou dois vareios de bola. Apanhou pro México com direito a olé e só empatou sem gols com o Uruguai, quando aliás também merecia perder.
Não irá se classificar à segunda fase, e o bom futebol agradece. Assim como em 2002, sairão da Copa do Mundo sem fazer um gol sequer. Com Henry no banco nem de mão poderão tirar México e Uruguai, que justiça seja feita vem jogando muito, das Oitavas de Final.

E, como eu sempre digo, o que acontece no futebol acontece na vida. Ou você nunca viu alguém querer se dar bem às custas de farsas e maracutaias, conseguir alguma coisa fraudulenta e desonestamente, tirar uma coisa de outra que era mais digno e no frigir dos ovos se dar mal?!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

192 milhões em ação

Pelo jogo de ontem, não sei se essa Copa tá mais pra 94 ou 2002. Fiquei com uma impressão esquisita.
Se o parâmetro for os demais jogos da Copa, o Brasil jogou bem. Se for comparar com o que o time de Dunga já jogou e rendeu, jogamos mal, muito mal.
Mas é estréia, tem o tal do peso (nunca entendi essa expressão!), a coitada da Jabulani que todos criticam, o frio. Aliás jogar no frio não é fácil, lembrei das minhas peladas no Sul, correndo contra o vento, algumas vezes até a 8°C. Tinha hora que a mente parava!

Gostei do Robinho, do Maicon e do Felipe Melo. Esses três pareciam estar muito concentrados, focados em decidir o jogo. Por que, amigos, não se enganem: a Copa do Mundo, mais do que qualquer torneio ou peleja futebolística, precisa muito mais de inspiração do que de transpiração. Tudo se decide no detalhe. Você já viu coisa mais fácil do que levantar a taça com apenas 7 jogos?!
Pra ser campeão brasileiro, tanto da Série 'A' como da 'B', o time tem que se sair melhor que os outros em 38 partidas. Na Copa do Brasil, com exceção das eliminações no primeiro jogo, o campeão disputa 14 jogos. E se for falar do estaduais com suas fórmulas malucas, ih...

Enfim, 'não vou dizer que foi ruim, também não foi tão bom assim', como já disse Lulu Santos.
Mas confio em Dunga, me orgulho de Maicon, espero mais (muito mais!) de Kaká e aposto no título com quem quiser.
Todos juntos vamos, pra frente Brasil!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Quem planta, colhe.

"Não vos deixeis desencaminhar: de Deus não se zomba.
Porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará."

Gálatas 6:7

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Saudade no aumentativo


'depois do samba sua vida nunca mais foi a mesma...'

Como se escreve saudade no aumentativo?

Reinícios

Descobri hoje em mim uma coisa que jamais havia notado: eu gosto de reinícios.
Claro, isso acaba se tornando diferente dos 'inícios' porque já não parto nunca do mesmo lugar. É como se eu começasse de um ponto que não necessariamente é o zero, mas motivado a refazer tudo, do nada.
Não por destino, o que está ao meu redor também é assim, não tem medo de começar de novo e jamais entregam o jogo no primeiro tempo, seja qual for o motivo.
Meu time é assim, minha família é assim, meus grandes amigos são (sem qualquer exceção) todos assim, minha história se escreveu assim. E eu acabei também sendo assim.

Transformei meu dia-a-dia, vivi um sonho (um lindo sonho!) numa região longe, fria e apaixonante, e como num passe de mágica vi realizados sonhos numa cidade guardada, em cada esquina, pra mim, só pra mim.
Por saber quem preparou tudo e ter a certeza que meus olhos ainda não viram e meus ouvidos ainda não ouviram o que Ele tem guardado, fico por isso feliz. E o amo.

Porque assim como esse meu gosto pelos 'inícios', Ele me perdoa e faz de cada deslize, desse ser cheio de imperfeições, um reinício. Até o dia em que não precisará mais disso, e pela última vez serei feliz por poder recomeçar.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

"Na minha aldeia tudo era verdade, menos a mentira"

Li hoje daqui de Curitiba que o caso das jovens Tarsila Gusmão e Maria Eduarda Dourado irá a julgamento pelo Tribunal do Júri no dia 18 de maio próximo. Procurado por alguns, considerando que esses homicídios repercutiram nacionalmente, precisei esclarecer algumas coisas. Inspirado pela frase de um escritor português chamado Eduardo Simões que dá título a esse post, acordei coinscidentemente com a ligação de um jornalista que vem fazendo um belo trabalho sobre crimes que atentam contra a vida. Sabedor da minha naturalidade e das defesas nos Tribunais do Júri aqui do Sul, foi responsável por antecipar a minha alvorada.
Em primeiro lugar, fatos como esse ficam sempre muito perto de acontecer. Por alguns motivos óbvios a morte dessas duas aconteceu. Foram passar um final de semana na casa de praia de amigos, desapareceram após um passeio de lancha e no dia anterior que foram vistas pela última vez participaram de uma festa. Um enredo comum, próprio da idade, não fossem os personagens - vítimas e aqueles que enganosamente estão sendo acusados - e seus péssimos antecedentes.
Tive acesso ao inquérito policial há tempos atrás (o crime aconteceu em 2003 e, em grande parte do decorrer da investigação, ainda morava em Recife), e muita coisa chama a atenção. Pelos erros e equívocos propositais, claro. Inicialmente os kombeiros Marcelo Lira da Silva e Walfrido José de Lira foram assistidos por Defensores Públicos, considerando o baixo poder aquisitivo e a impossibilidade de constituir advogados particulares. Meus amigos José Francisco Nunes e José Antônio Fonseca de Mello se encarregaram da defesa até as alegações finais, antes dos mesmos terem sido pronunciados (decisão que os submeteu ao julgamento dos acusados pelo Júri Popular). Pois bem. Sem qualquer explicação, assume o caso Bóris Trindade, um advogado de história e reputação incontestes em Recife. Sei que defendia presos políticos na época do golpe de 1964, tamanha sua paixão pela esquerda. Tá. Não julgo a capacidade de ninguém pagar ou receber por qualquer serviço profissional, mas até onde eu sei os kombeiros não foram contemplados pela megasena e acho difícil que, por liberalidade e generosidade, o escritório tenha entrado nessa. Mas também não cabe a mim procurar saber quem pagou. Só é estranho.
E se eles forem absolvidos, como devem ser, não deixará de haver impunidade. Afinal, os autores do crime continuam em liberdade - a mesma liberdade que as vítimas foram criadas, saindo para festas, viajando e passando dias longe de casa, entregues à própria sorte - ou, nesse caso, ao azar. Isso fatalmente acontece com quem toma a vida num gole só.
O que não passa despercebido é que outros interesses movem e influenciam a condenação desses infortunados, que entraram como a bucha de canhão utilizada para limpar os canhões na 2ª grande guerra mundial. Acho que os corpos, também por questões óbvias, não poderiam ser achados logo após o que aconteceu na festa, deveriam ter mais sêmen do que células. Também não me perguntem de quem, não sou leviano, nem perito do IML e nem estive naquela casa na noite de 02 de maio de 2003.
O passado dessas 'pobres adolescentes que foram cruelmente assassinadas' já as condenava antes de qualquer um que venha a cumprir pena pela acusação de terem tirado suas vidas. Em depoimento à polícia, a mãe da Tarsila disse que a filha costumava viajar e passar até 10 dias sem dar notícia. O que me intrigou, à época, foi a portaria do delegado de Ipojuca (município onde ocorrerram os fatos) ser baixada apenas 1 dia após o desaparecimento das "moças", instaurando e iniciando o inquérito para apurar as mortes. Estranho não?! Segundo a mãe ele chegava a passar 10 dias sem dar notícias...
Já se sabia das mortes na manhã seguinte da festa.
Trocaram o piso da casa, mudaram a grama do jardim. Comportamento típico de quem quer assassinar as provas materiais, apagar os indícios e dificultar o trabalho da perícia técnica e, assim, tentar deixar a elucidação dos fatos para os depoimentos das testemunhas - a prostituta das provas, facilmente corruptível.
É sempre assim. Foi assim com o casal Nardoni, que limpou a casa, imaginando que lavar com água e sabão resolveria. Em lugares que a polícia investigativa é séria isso acaba se tornando uma grande piada e álibi frágil. A delegada achou estranho e, em tempo, isolou o local. Claro, prova se colhe ontem, aprendi isso no crime. Amanhã ela pode inexistir, ou ser facilmente adulterada por alguns pedreiros e outros jardineiros.
Já dizia Millôr Fernandes, que 'a polícia só sabe que Caim matou Abel por causa do samba popular e não porque tenha lido a Bíblia.'
Faço do Júri a minha vida, todos que me conhecem sabem disso. E sabem também que nem sempre (ou quase nunca) o jurado é convencido pela verdade. Aliás, lá tudo é verdade, inclusive a mentira. A culpa não é do Judiciário. Nesse caso, não. Aliás, culpado aqui é o que não falta.
Não adianta o pai vir chorar depois do sangue derramado. Não venha o delegado querer investigar depois dos corpos em putrefação (ou depois de ter recebido o que negociou). Da mesma forma não adianta as garotas se arrependerem da vida que levavam, pois perderam-na.
As aparências enganam a quem quer ser enganado. Ou se enganar.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Me espera no portão, pra você ver

agora é pra valer!

Pode ir armando o coreto,
e preparando aquele feijão preto
Eu tô voltando...

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Se souber confiar no seu critério, nada a temer...

Ah, segurei o meu pranto para transformar em canto
E para meu espanto minha voz desfez os nós, que me apertavam tanto
E já sem a corda no pescoço, sem as grades na janela
E sem o peso das algemas na mão
Eu encontrei a chave dessa cela
Devorei o meu problema e engoli a solução
Ah, se todo o mundo pudesse saber como é fácil viver fora dessa prisão
E descobrisse que a tristeza tem fim
E a felicidade pode ser simples como um aperto de mão...
Entendeu?

domingo, 14 de março de 2010

Acaso e sorte

Hoje me convenci que os momentos felizes nos escolhem, depois de vagarem um tempo por aí. Não pense que isso acontece às avessas, e nem mesmo por acaso.

O acaso, aliás, é uma coisa, a sorte é outra, e pra viver é preciso uma boa dose de sorte.

Deus tem essas duas coisas nas mãos e se manifesta em ambas. Como sempre fazemos, a essas duas coisas damos nomes, e pra elas ficou esses: acaso e sorte. Assim como outras coisas tem seus nomes, penso que 'honestidade' nada mais é do que o preço cobrado e bem pago de uma coisa medonha chamada verdade - que aliás, anda escondida (tem sido difícil encontrar a verdade em muita coisa, não?!), acaso e sorte assim se chamam.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Psssiuuu...

Cuidado com o que você diz;
entre aqueles que não dizem nada,
poucos são os que ficam em silêncio.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Legítima Defesa

"Quem se defende porque lhe tiram o ar ao lhe apertar a garganta,
para este há um parágrafo que diz: ele agiu em legítima defesa.
Mas o mesmo parágrafo silencia quando se defendem porque lhes tiram o pão.
E no entanto, morre quem não come, e quem não come o suficiente morre lentamente.
Durante os anos todos em que morre não lhe é permitido se defender".

(Bertold Brecht)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

No calor dos meus braços.

Cantei e você cantou comigo, rimos juntos quando cantei pra você, depois você quis que cantasse mais, pra você dormir e... você dormiu!
Dormiu, e quem sonhou fui eu.
Como não me apaixonar por você, pequena?!

Tudo novo, de novo!

Começou 2010 e quase não parei para escrever aqui, coisa que gosto tanto de fazer. Depois do final de ano no Rio e de rever tanta gente boa, e apesar de alguns imprevistos nos dias em que estive em Recife, tá tudo novo, de novo.
Com o fim das férias e o retorno às atividades, é como se eu voltasse a sonhar, e acho que o trabalho tem esse poder. Me sinto mais útil e, por isso, mais forte.
Aliás, por falar em trabalho, a agenda dos Júris ficou cheia esse mês. Com o pedido de adiamento em vários processos por conta das férias, uma hora haveriam de julgá-los. Permanece ainda mais clarividente o tão propagado e já lugar-comum brocardo de que "a justiça tarda, mas não falha". Só espero nem tardar e muito menos falhar na defesa.
Enfim, de volta a essa cidade que me deixa com mais saudade a cada despedida, mas que a cada encontro me faz crer que nada que acontece, acontece por acaso. Curitiba foi uma das melhores coisas que me aconteceu na vida. Casa nova, novos sonhos e a mesma velha vontade de não ser o mesmo. Aliás, de não mudar muito. Ou melhor, de ser a mesma mudança, de sempre.