segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Uma meninazinha de olhos verdes

"Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA..."


[Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética", Mário Quintana, Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.]

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

6ª Básica


Linda a nova coleção da 6ª Básica!

Depois de tanta procura dos clientes do Sul, finalmente Os Rafas & Cia. resolveram sair de Copacabana e Ipanema e espalhar essas roupas que vestem não só o corpo, mas também a alma e a mente.

E ficou linda! Atitude, bom preço, irreverência e sempre acertando, já que “A única revolução possível é dentro de nós”. Roupa não apenas com etiqueta, mas com conteúdo.

Vale a pena conferir a nova loja virtual:
www.6tabasica.com

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Balanço de Rede

Como é bom ouvir Alceu Valença das antigas, dá saudade!
Emblemático esse CD, e essa música só lembra coisa boa...

"Querubim já fechou
Morri de sede
Tantas águas rolaram, meu amor
Tantos balanços de rede
No sonho de um sonhador

Quanta água, tanta sede
Quantas ruas, tanto chão
Quantas praias de água verde
Tantas chuvas de verão

Quantas luas, tantas vezes
Quando medo, tantos não
Quantos lábios, tantos beijos
Tantas chuvas de verão"

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Lamentável


Lamentáveis as cenas protagonizadas no último domingo, no Couto Pereira.
Por ter conhecido o povo paranaense, e mais, a torcida do Coxa, sei que aquelas 3 dúzias de vândalos não eram torcedores. Torcedor não faz aquilo.

A torcida do Coritiba é uma das mais bonitas que já conheci. Das mais apaixonadas que já vi. E como a paixão confunde a cabeça, deu no que deu. Mas isso não tem e nem nunca terá justificativa.

O Coxa caiu para a Série B, junto a Santo André, Náutico e Sport, é verdade, mas é o campeão brasileiro de 85, o maior campeão do Paraná, o único Centenário! O que é um ano diante de 100???


Posso dar esse depoimento, pois fui testemunha presencial e ocular da famigerada "Batalha dos Aflitos". Vi meu time perder 2 penaltis e um jogo quando estávamos com 4 homens a mais, contra o Grêmio em 2005. Nunca houve e, dificilmente haverá, maior derrota do que aquela.
Não jogávamos a Série A desde 1994, estádio cheio. Expectativa. Tantos sonhos unidos.

E perdemos os penaltis, o jogo, o acesso. Mas nunca a esperança!
Sofremos piadas, falaram exaustivamente que perdemos para um time de futebol de salão, etc. A resposta dada ao Brasil?
Subimos em 2006.

Permanecemos na elite por 3 anos, caimos neste. Mas sabe qual a resposta que daremos ao Brasil ano que vem??? Jamais se duvida do Náutico!!!

Sabe o Sport? Pois é, Campeão da Copa do Brasil, Libertadores... foi o lanterna e caiu para a Série B. Que coisa né?! Isso é futebol.

O Fluminense, com 98% de chance de cair, ficou! O Flamengo derrubou a banca do São Paulo e o time milionário do Palmeiras e foi incontestavelmente campeão. Aliás, o Palmeiras de líder por 19 rodadas ficou de fora da Libertadores na última hora. E quem entrou? O sempre competente, e presença certa nas Libertadores, Cruzeiro.
Essa última rodada foi singular. Provou que na vida certamente precisamos dos nossos rivais - e às vezes, coinscidentemente, isso acontece de maneira direta. Vejam o Internacional. E se o Grêmio quisesse mesmo abrir, o que tinham os Colorados a ver com isso? Não fizeram o mesmo ano passado contra o São Paulo??

Assim como acontece no desporto, acontece na vida. Costumo dizer que o futebol é a metáfora da vida. E Nélson Rodrigues disse certa vez que 'o futebol é a coisa mais importante, dentre as menos importantes que existem!'.

Tive a oportunidade esse ano de conhecer o povo paranaense e a torcida alviverde de perto e a fundo. Um povo educado, cortês, culto. E aqueles horrendos meliantes que adentraram o tapete da realeza verde do Majestoso, onde já pisou Lela, Heraldo, Índio, Rafael, Pachequinho, Brandão, Marcel, Tcheco e Alex, não representam a honrosa massa do Verdão! Longe disso!

O Verdão do meu amigo Jair Cirino dos Santos, homem cuja honestidade e integridade falam por si. É dispensável falar da sua conduta, da sua história ilibada, do seu passado no Ministério Público, da sua hombridade. Vi algumas coisas de perto, com ele como Presidente tudo foi feito para o melhor do Coxa! Não podem colocar levianamente a culpa como fizeram os que o ameaçaram de morte na semana que antecedeu o jogo, acredito terem sido os mesmos que invadiram o campo e deram um prejuízo de R$ 500.000,00 ao clube. Torcedores?!

O Jair não entrou em campo um só jogo sequer. Se for para caçar as bruxas, onde esteve o profissionalismo e o comprometimento dos Paraíbas Marcelinho e Carlinhos, do Thiago Gentil, do Édson Bastos?! Todos com pré-contrato assinados com outras equipes, estavam se lixando para o que aconteceria nos 100 anos de vida do Verdão. O Marcelinho leva consigo hum milhão de reais (isso mesmo, hum milhão!) de luvas e mais alguns meses de um salário de R$ 140.000,00. E volta para o São Paulo, deixando o Coxa com seu estádio destruído, sua torcida abandonada, seu presidente sendo injusta e cruelmente crucificado. Isso é respeito?

E a mesma torcida organizada, que bate no peito e diz amar incondicionalmente o time, arrumou confusão no Atletiba da Arena há alguns meses atrás e colocou a equipe para jogar no interior, após perder mando de campo. Isso é mesmo amor?

Me perdoem o longo texto, e o desabafo.

É hora de saber para que serve a vida, deixar de ser inconsequente.
O time passa, os campeonatos passam, os anos passam. O futebol passa.

A vida, com essa série de coisas que nem sempre conseguimos entender, é a arte de se refazer.
Não importa o que fizeram conosco, mas o que fazemos com o que fizeram conosco.

Força Verdão. Você é campeão.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Uma noite, por mil e uma!

Como um brinde à generosidade e o carinho de alguém que já se tornou especial, dedico este post a essa pessoa surpreendente. Surpreendente sim, porque não é o tempo que é capaz de atribuir esse adjetivo a alguém.
O mesmo tempo que nos colocou na mesma sala durante quase um ano, foi incapaz de mostrar o que poucas palavras conseguiram: trazer para uma noite que seria de "cinema", um encontro com toda turma depois de um convite, de pronto, aceito. E, para mim, já valeu por mil e uma noites.

Yasmin, fico tão envaidecido quanto feliz por suas palavras.
Pelo tempo que ainda resta, e por não existirem despedidas para mim, quero muito ouvi-la mais vezes e ter o tema para novos post's, como sugerido...

Pela elegância, charme e inteligência, brindo aqui a nossa amizade.
Por todas as noites além das mil e uma!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Minha alma canta!

E, enfim, chegou Dezembro!
Esperei um bocado por esse mês, e tenho certeza que já valeu a pena.
Coisa boa pra acontecer não falta...
E pra relembrar também não! Só tenho a agradecer a Deus por esse ano, de lições, crescimento e muita alegria.
Conheci muita gente nova e surpreendente nessas andanças pelo Sul, conheço diariamente uma cidade linda a cada esquina que passo e a cada lugar que entro, e vou conhecendo-me a mim mesmo.

E para me despedir desse 2009 e começar 2010, o Rio de Janeiro!
Melhor não podia ser, com todos os ingredientes. Ao lado de toda a família, da Giulia, de tantos amigos que há muito não vejo, Michele, Emílio, George, e tudo isso no melhor cenário do mundo.

Minha alma canta, já vejo o Rio de Janeiro. Estou morrendo de saudades.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Eclesiastes

Como há tempo para todo propósito debaixo do sol!
Tempo de plantar e tempo de colher
tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar...

Ontem o tempo foi de abraçar. E de ouvir mais do que falar, exatamente o que eu gosto!
Não à toa, tenho dois ouvidos e apenas uma boca.

Como foi bom ouvir valores como a importância da família e descobrir que, além de bons profissionais, estou acompanhado de grandes seres humanos. Que pensam, mas que nem por isso deixaram de ter coração.

Elis e Tevo, friends and teachers, sou fã de vocês. Aprendi muito ontem, como acontece desde março. A diferença é que essa lição foi diferente.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Quem iria dizer?

Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?

Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer e conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer. Um carinha do cursinho do Eduardo que disse: "Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir!". Festa estranha, com gente esquisita, "Eu não 'tô' legal, não agüento mais birita". E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais sobre o boyzinho que tentava impressionar. E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa "É quase duas, eu vou me ferrar...".
Eduardo e Mônica trocaram telefone depois telefonaram e decidiram se encontrar. O Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a Mônica queria ver o filme do Godard. (...) Eduardo e Mônica era nada parecidos, ela era de Leão e ele tinha dezesseis. (...)
E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente, uma vontade de se ver. E os dois se encontravam todo dia e a vontade crescia, como tinha de ser... Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia, teatro, artesanato e foram viajar. A Mônica explicava pro Eduardo coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar.
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer e decidiu trabalhar. E ela se formou no mesmo mês que ele passou no vestibular. E os dois comemoraram juntos e também brigaram juntos, muitas vezes depois.
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa, que nem feijão com arroz...

Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?

_________

Ao meu amigo-irmão Fabrício, nunca pensei que existisse história igual e alguém igual a você, à 3.078 km de distância. E quem um dia irá dizer que existe razão?

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Quando Nietzche sorriu.

"Racionalidade a posteriori - Todas as coisas que vivem muito tempo embebem-se gradativamente de razão, a tal ponto que sua origem na desrazão torna-se improvável.
Quase toda história exata de uma gênese não soa paradoxal e ultrajante para nosso sentimento? (...)
Onde os antigos homens colocavam uma palavra, acreditavam ter feito uma descoberta. Como era diferente, na verdade! - eles haviam tocado num problema e, supondo tê-lo resolvido, haviam criado um obstáculo para sua solução. - Agora, a cada conhecimento tropeçamos em palavras eternizadas, duras como pedras, e é mais fácil quebrarmos uma perna do que uma palavra".

[NIETZCHE, Friedrich. Aurora: reflexões sobre os preconceitos morais]

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O tio da Giulia


Desde o dia que "vi a mulher preparando outra pessoa e o tempo parou pra eu olhar para aquela barriga...", eu sabia que não seria mais o mesmo. De fato, não fui.

E passaram os dias, os meses. Estive longe durante boa parte desse tempo. Mas em seu primeiro respirar era como se eu tivesse junto, sentindo aquele pequeno coraçãozinho pulsando como se em mim estivesse.
Ainda não a peguei em meus braços, mas já sinto seu calor, do meu sangue que corre em suas veias.

Seria capaz de fazer um mundo pra você, diferente desse ao qual você acaba de chegar.
Mas fico certo que serás capaz de ser uma mulher de fibra, virtuosa, honesta, fiel, humana. Com princípios.
E exemplos pra você não faltam! Sua mãe e sua vó a ensinarão na escola em que aprenderam e jamais, jamais foram reprovadas.

O seu tio lhe ama, pequena. Ama muito.
Sonho em lhe dar uma prima à sua altura, linda como você, para crescerem juntas.
Mas os pais de vocês duas terão algo mais em comum do que os nomes. Eles são muito ciumentos...
Bem vinda à vida, Giulia.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Sem querer descanso, nem dominical!

Agradeço as palavras de carinho e incentivo que tenho recebido sobre este espaço por onde vos falo.
A finalidade dele é que sirva pra você também. E, se de alguma forma for útil, já fico por isso feliz.

Longe de qualquer outra pretensão, é essa a 'janela lateral do meu quarto de dormir'. Onde vejo o mundo lá fora, e deixo-me aprender a cada dia. É como se cada vez que eu abrisse as cortinas e escancarasse a janela, o vento soprasse de uma forma diferente, e é assim que sinto.

Por um tempo estarei ausente, cuidando de outras coisas que clamam dedicação e urgência. Não será fácil, mas igualmente não será eterno. Surpresas, muito em breve.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

As mil e uma noites

Intrigante esse livro. Fascinante, mágico.
Meu caro amigo Felipe, este presente só comprova o alto nível da sua intelectualidade e o mais elevado patamar da sua sensibilidade. Está, comprovadamente, à sua altura.

Como todo bom livro, não me deixou a sensação de estar lendo-o, senão o contrário.
E como sei que muita coisa ainda está por acontecer em minha vida, quero continuar avaliando.
Aliás, que mulher a tal da Sherazade hein?! Culta, com palavra, espírito e admirável inteligência.
Essa sim, foi capaz de provar, para o bem, o que seria capaz.
Se não custa sonhar, sonho logo com uma Sherazade, aperar de nossos tempos carecerem delas.
Mas não me entrego, sigo sonhando!
Por mil e uma noites...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Morre Ramiro Musotto.


Que tristeza tive hoje ao saber da morte do Ramiro Musotto.
Esse percusionista danado, um argentino com alma baiana!
Deixou um legado singular, cuja identidade dos trabalhos o tornou um músico inconfundível.
Chegou na Bahia em 1984, e suas primeiras gravações com Margarete Menezes e Daniela Mercury contribuiram para a formatação da música pop baiana, como ela é conhecida hoje.
Seu currículo é emblemático, e lembro de já tê-lo visto com os Paralamas, Lulu Santos, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Marisa Monte, Zeca Baleiro, Kid Abelha, Paulinho Moska, Martinho da Vila, Adriana Calcanhoto, Chico César, Fernanda Abreu, Titãs, Zélia Duncan, Moraes Moreira, Maria Bethania, João Bosco (ufa!).

Para mim, seu maior trabalho como sideman foi o DVD "In Cité" do Lenine, gravado em 2004 na França. Ele pareceu se multiplicar, compondo um trio ao lado da baixista cubana Yussa e do próprio Lenine. Já vi bandas com três percussionistas que não faziam juntos o que apenas suas pernas foram capazes de aprontar naquele show. É mágico.
E teve também o CD Ao Vivo do Skank, gravado em Ouro Preto. Tão sutil quanto indispensável, ele provou que era mesmo inconfundível, como o são aqueles cujo talento fala por si só.

Foi um músico completo (meio argentino e meio baiano, é bem verdade. Aliás, duas coisas difíceis de engolir...), e como a música tem essa magia de eternizar as pessoas, o que ele legou o deixará vivo por muito mais tempo. E, como seu jargão favorito era 'tamo vivo pai!' é assim que permanecerá para sempre. Entrando pelos ouvidos e sendo difícil, beirando o impossível, de ser esquecido.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Voando!

Os pássaros
ao pousarem um instante sobre ramos muito leves,
sentem-nos ceder, mas cantam!

Eles sabem que possuem asas...

sábado, 12 de setembro de 2009

Dani Gurgel 'da pá virada'


surpreendente essa guria!
Quando estive em São Paulo ouvi falar dela, até já sabia da sua atuação assinando capas de disco de artistas como Monica Salmaso, Ray Kennedy e Chico Pinheiro, e bandas como Quatro Zero e Pau Brasil. São fotos realmente incríveis, 'a música sob a ótica de um músico, e não de uma fria editoria' como já definiram.

Mas venho falar da sua voz e da força das suas composições. E já que o talento não escolhe idade, seus 24 anos deixam claro que muita coisa boa ainda está por vir. Sua mentalidade aberta, antenada com a tecnologia digital, traz muito boas idéias consigo.
Tudo isso com cara de sábado à tarde, com uma noite promissora pela frente.

www.danigurgel.com.br

domingo, 6 de setembro de 2009

Nova Era Dunga


Parece que estamos entrando em uma nova era. Nova sim, mas com o mesmo nome.
Dunga, o mesmo capita do tetra, estudou, se preparou e, diferentemente dos outros treinadores, sequer treinou um clube. Foi direto à seleção.
Faço o mea culpa, desconfiei dele. Mas se mostrou convicto, coerente nas convocações, firme, decidido em suas convicções, como deve ser um homem e, nesse caso, como deve ser o comandante da maior paixão de 190 milhões.

Há muito tempo não nos classificávamos pra uma Copa com tanta antecedência e com tanta qualidade e mérito ao mesmo tempo. E carimbar o passaporte em cima da Argentina, na casa deles e com um baile de 3x1 pra não deixar dúvidas é melhor ainda. Ontem o maior vencedor foi ele, que superou críticas e críticos incrédulos, como eu.

Maradona roeu todas as unhas, mas quem o engoliu tática e tecnicamente foi Dunga. Foi um nó, a ponto de deixar os hermanos sem reação. Se fosse outra seleção, ou outro treinador, eu teria até piedade. Mas não dá pra ter pena dos argentinos, dá? Eles falam muito, vivem querendo comparar Pelé com Maradona, Kaká com Messi. Mas as duas copas que ganharam teve falcatrua, gol de mão, placar comprado, água com sonífero pros adversários, desonestidade. Coisas que não combinam com o desporto, e essas farsas mancham e diminuem as pessoas. Com a derrota de ontem correm o risco de ficar de fora da Copa. Seria uma boa lição, eu acredito. O futebol, assim como acontece na vida, não precisa de gente assim. Agora, como em todas as outras edições, estamos na Copa. O Náutico já é, agora é o Brasil que quer ser hexa.

E como não ficar confiante em um time com Luís Fabiano, Júlio César, Kaká e Robinho?!
E como não esperar sempre o melhor da melhor do Mundo?!
E como não olhar pra Dunga e lembrar de 94?!

Esse time parece que veio do futuro conhecer o passado. É um escrete bem montado, milimetricamente pensado. Não tão inédito como em 58, não tão regular como em 62, não tão técnico como em 70, não tão objetivo como em 94 e nem tão raçudo como em 2002.
Mas com todos esses ingredientes juntos, em forma de 11 homens. E um comandante.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

entre amigos...


o que pode ser melhor do que receber a visita de um amigo?
Receber a visita de dois.

Na foto, Tiago Dias, Emílio e o terno dele.




[Crédito da foto: Chris Durão]

sábado, 29 de agosto de 2009

O freguês tem sempre razão


Atleticanos, vocês estão certos.
Ouvi a semana inteira que seria o troco da derrota de virada que vocês sofreram aqui na Arena.
Deu até saudade cada vez que eu era lembrado desse jogo. Foi no dia 24/05, e depois de sair com 2x0 atrás, o Náutico precisou de apenas um tempo do jogo pra fazer 3 e vencer aquela partida.

Desta vez eu não estava presente, mas acompanhei toda a partida. 3x0, coisa linda.
3x0 porque gol de placa não vale por dois - o que é uma injustiça, porque se assim fosse, seria 5x0 - como já foi, de fato, em 2007. Nesse eu tava nos Aflitos.
Carlinhos Bala e Derlei, que pintura! Como eu sei que você lê essas palavras meu caro Derlei, o que muito me orgulha, deixo de público a minha placa pra você. Você merece, e sabe disso.

Apesar que ganhar do Atlético/PR já não tem mais muita graça. Toda vez é um baile.
Não me recordo de ter comemorado menos de três gols em um jogo contra o Furacão na vida.

A revanche não veio, e por isso terão que me engolir. O Náutico respira, sairemos na hora certa da zona de rebaixamento. Como seria bom se existissem outros 18 Atléticos/PR na competição!
Seríamos campeões com 100% de aproveitamento.

Mas, desculpas rubro-negros paranaenses, estou errado.
O freguês tem sempre razão.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Começar de novo.

A noite é passada, e o dia é chegado.
Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz.
Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja.
Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.

Como é enganoso o nosso coração, hein?!
Mas quando me engano por causa dele, me engano por causa de mim.
É uma espécie de toma lá, dá cá eterno. Entre esse membro que pulsa - e dita o pulso - e o seu dono que dança - ou dita a dança.
Enquanto escrevia hoje, me chegou uma canção que há muito não ouvia. Aliás, fazia tempo que canções não me chegavam, como era com as cartas postais nos velhos tempos. Ivan Lins, quando a compôs, disse que teve medo de ter de cantá-la para si mesmo algum dia. Entendi o motivo disso, e fiquei assim também. Mas 'Começar de Novo' foi um sopro de inspiração que eu queria ter tido.
E hoje, mais do que nunca, tem valido a pena ter me machucado, ter sobrevivido. Ter virado o barco e ter me socorrido.
Ter virado a mesa. Ter me conhecido.

E me conheci, mais uma vez.

Mas a noite passou e, enfim, o dia chegou. E, antes de exigir honestidade, preciso confiar mais e desconfiar mais. Confiar Naquele que não falha, e desconfiar do coração.

Aliás, a culpa é do coração que me engana. E minha também.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Pérolas aos porcos

Há coisas que são preciosas demais para serem desperdiçadas com quem não se importa.

"Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos vossas pérolas", é o que tá escrito em Mateus 7:6. De cara, a linguagem usada por Jesus pode parecer rasteira. De fato, é uma metáfora forte. Mas depois ainda chamará Herodes Antipas de "raposa", e os fariseus de "serpentes, raça de víboras" (isso em Mateus 23:33 e Lucas 13:32). Aqui a alcunha é genérica.

É inútil tentar oferecer algo de grande valor a alguém incapaz de apreciar. É como dar Drummond a um japonês desavisado e analfabeto em português. De maneira similar, não adianta tentar ensinar aos suínos o valor especial das pérolas, que qualquer porco que se preze alegremente pisotearia, para correr e comer a mais repulsiva lavagem.
Não vá querer gratidão por tal generosidade. A culpa não é dos porcos, eles jamais saberão o valor das pérolas. Pelo menos enquanto tiverem buscando saciar sua fome na lavagem e junto a outros porcos...

A diferença é que os porcos se satisfazem com ela e depois não ficam tristes. Mas igualmente não sabem o que perderam.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

bola de meia, bola de gude.




'coisas bonitas
que eu acredito
que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade, alegria e amor.'

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Más 'influenzias'!

Filmes e a divertida companhia de Carlinhos, no dia em que tudo começou a parar.
Como tá morrendo muita gente e a propagação do vírus é grande, as autoridades resolveram tomar uma atitude (já que a população não tem remédio pra tomar): pára tudo!
Virou moda cancelarem tudo aqui no Paraná. E tudo por causa da influência da tal Gripe (ou seria a gripe da tal Influenza?)...
Enfim, sem inglês, sem curso. Só frio, pra variar. Aliás, como choveu essa semana!
Aumentando a umidade, aumenta o frio, aumenta minha saudade.
Por isso, muita roupa, chocolate e play várias vezes!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Emílio Santiago



"(...) A tarde cai, noite levanta a magia
Quem sabe a gente vai se ver outro dia
Quem sabe o sonho vai ficar na conversa
Quem sabe até a vida pague essa promessa..."

O New York Times pode tê-lo aclamado, como o fez. De fato, é um dos maiores cantores do mundo, e de todos os tempos. O que a crítica não sabe é que ele é uma figura humana fora de série. E, agora, um grande amigo. Foi um prazer Emílio! Seja sempre muito bem-vindo à Curitiba. Ou aonde eu estiver.


[Créditos da Foto: Rafael Fonseca e Emílio Santiago, por Dudu]

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Um que teve!









Como eu não conheci essa idéia antes?! Warriors, acreditem: existe vida pensante na internet!
Como uma agulha num palheiro e diante de tanta coisa ruim rolando na rede (não vou falar nem das rádios!), recebi com grato alumbramento esse blog. São verdadeiras relíquias da melhor Música brasileira!!

Encontrei um álbum de Alceu de 1974 que eu só vi quando tinha 14 anos! Coisa fina e rara! Além de Ed Motta, Simonal, Capiba! (qual a última vez que você ouviu ou viu alguma coisa de Capiba?), Elizeth Cardoso, Luiz Melodia, Leila Pinheiro...

Só não tem Banda Calypso, Zezé de Camargo, Calcinha Preta e Harmonia do Samba. Ainda. Ou ainda bem?

Vale a pena conferir.

[www.umquetenha.blogspot.com]

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Coisas tão simples e tão difíceis de esquecer


um abraço, um sorriso, um aceno
coisas fáceis
gestos tão pequenos
coisas fáceis.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Todo carnaval tem seu fim...


Volto das férias com muitas histórias para contar.
Para cada lugar, uma história. Preciso de tempo e inspiração para descrever cada cantinho e algumas pessoas que conheci.
Começo falando de surpresas. São sempre boas né?!
Esse livro foi uma delas, um fiel e surpreendente companheiro de viagem...


"Meus amigos, meus irmãos, sejamos delicados, urgentemente delicados.
Com a delicadeza de São Francisco, se pudermos.
Com a delicadeza rija de Gandhi, se quisermos.


(...)

Esta aí: porque somos ferozes precisamos ser delicados. Os que não puderem ser puramente delicados, que o sejam ferozmente delicados.

Houve um tempo em que se era delicado. E houve um tempo em que, citando poetas, até se citava Rimbaud. Esse Rimbaud que Paulo Hecker Filho acabou de retraduzir no livro Só poema bom e o Leandro Konder reinventou numa moderna trama policial em A morte de Rimbaud.

Pois aquele Rimbaud, que aos 17 anos já tinha feito sua obra poética, é quem disse um dia: "Por delicadeza, eu perdi minha vida."
Intrigante isso.

Há pessoas que perdem lugar na fila, por delicadeza. Outras, até o emprego. Há as que perdem o amor por amorosa delicadeza. Sim, há casos de pessoas que até perderam a vida, por pura delicadeza. Não é certamente o caso de Rimbaud, que se meteu em crimes e contrabandos na África. O que ele perdeu foi a poesia. E isso é igualmente grave.


Confesso que buscando programas de televisão para escapar da opressão cotidiana, volta e meia acabo dando em filmes ingleses do século passado. Mais que as verdes paisagens, que o elegante guarda-roupa, fico ali é escutando palavras educadíssimas e gestos elegantemente nobres. Não é que entre as personagens não haja as pérfidas, as perversas. Mas os ingleses têm uma maneira tão suave, tão fina de serem cruéis, que parece um privilégio sofrer nas mãos deles.


Tudo é questão de estilo.

[Tempo de Delicadeza, de Affonso Romano de Sant'anna.]

domingo, 5 de julho de 2009

VacatiON!

Férias, malas prontas, São Paulo, Floripa, Camboriú e outros lugarzinhos no destino.
Saio do ar um pouco para pôr o eixo no seu devido lugar, e pingos nos respectivos 'is'.
Ainda esse mês receberei visitas ilustres aqui no Paraná, já conto os segundos pela chegada de cada um, e muito mais da minha amada Mãe. Se conversar com ela já é sempre bom, tendo o Sul como paisagem promete... Espero ser um bom anfitrião procês, já agradeço pelo carinho que recebi com a lembrança e com a ansiedade de me ver, garanto que a minha é muito maior.

Ah, Nando e Galindo, só por vocês farei o que pediram mais uma vez aqui em Curitiba, em julho. Por vocês. Pelo Sport, nada. Ok, warriors?!

Voltei a escrever hoje aquele que eu acredito que será o melhor capítulo do livro, ou pelo menos o mais interessante de ler. Para escrever já está sendo. O Sul tem se mostrado uma região fértil pra isso.
Os sonhos que planto aqui estão crescendo, e crescendo rápido. Amadurecendo nessa velocidade tão quanto esta criança que os escreve.

Então, 'pé na estrada e vento na cara'!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Sim pros dois!

Não apenas por uma boa causa, mas diria que por um belo e nobre motivo estive em Recife esse fim de semana. Pra ver Bibi e Rafa subindo ao altar peguei essa famigerada ponte aérea e cancelei alguns compromissos que tinha aqui no Sul. Aproveitei e fui sexta à Fortaleza, até então inédita pra mim, e lá contei com a gentil recepção de Renatinha e com a companhia de Dani, para só daí chegar sábado a terra coração do folclore nordestino.
A festa foi linda! Simples, bonita, convidativa, como o é o amor. Se o amor não estiver na simplicidade, não sei onde mais pode estar. Aprendi isso presenciando cerimônias sultuosas e festas milionárias, mas que não contaram com a presença de um convidado imprenscindível, e justo ele: o amor. Ausência essa que pôs termo, meses depois, a uma encenação pra-não-sei-quem ver.
Vendo os dois vi cumplicidade. E carinho também. Parabéns pela festa, "acreditaram em amor à primeira vista!"
Eu acredito no amor, sempre. Acredito em verdades, e o amor é uma delas. Verdade completa, em todos os sentidos.
E agora é esperar pela pequena Giulia, minha primeira sobrinha. Mais uma mulher na minha vida!
Ainda bem, não sei como me comportaria se um marmanjo ganhasse as atenções na República dos Fonseca...
Tirando o previsível fechamento do Aeroporto de Curitiba na volta e um dia de castigo num hotel em São Paulo, gostei da viagem. Voltar pra casa é sempre bom, e agora nos dois sentidos e nas duas cidades.
Sim pro amor, sim pra essa nova vida que vem vindo, sim para os votos. E, claro, sim pros dois.
Seja feliz minha irmã!

domingo, 7 de junho de 2009

Jammil e A noite

Faz tempo. Exatos 11 anos da primeira vez que ouvi e fui num show do Jammil e uma noites. Com este nome, claro, porque antes era Jheremias Não Bate Corner. O que pra muita gente é novo, pra mim o sucesso desses caras não é de hoje. Há até aqui em Curitiba quem nunca viu e pode até falar que não conhece, mas não venha dizer que nunca ouviu
"Oh Milla, mil e uma noites de amor com você...",
"Me sinto tão sozinho, porque não vem me ver...",
"Sou Praieiro, sou guerreiro, tô solteiro, quero mais o que?",
"Amor, amor, que nasceu de um beijo, amor, amor...",
"Chuva bate na janela e eu me lembro de nós dois aqui...",
"Tchau, I have to go now...",
"Eu sei amor de praia não sobe serra, que o verão passou já era...",
"Dou bandeira você sabe que me tem na mão...",
"Ê saudade que bate no meu coração...",
"É verão, sei lá, dá uma vontade boa de se dar..."

O Fabrício, a quem venho daqui agradecer, fez o meio-campo. E armou um encontro pra que eu conhecesse Tuca, Manno e Beto. Valeu guri!
Tenho minhas ressalvas com a música baiana, já peneirei muita coisa. Mas quando ouço o Jammil fica pouca coisa de fora, quase nada. É como se eles tivessem a fórmula do casamento de uma boa melodia, uma batida pulsante e um carisma incomum. É música da Bahia, não necessariamente baiana, já que o axé fica em último lugar analisando a fundo a banda.
E, cá entre nós, sem falso moralismo e discurso cult, você já foi, pelo menos uma vez, e dançou, pulou, cantou e se divertiu bastante ao som de alguma banda baiana, não?!
Como música é momento, na hora que é deles eu caio dentro, vou junto. E essa foi uma bela noite, diferente de outras aqui no frio do Sul. Foi a noite do Jammil, e uma noites.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O Sucesso dos Paralamas


Na última sexta conheci de perto uma das maiores bandas brasileiras de todos os tempos.
Talvez a melhor, pelo menos do meu tempo. E como alguns meninos que, na década de 80, começaram a fazer rock no Brasil tem o mérito de ser reconhecidos como uma geração relevante da música brasileira, crédito a essa banda isso aí.

Além de referência, para mim Os Paralamas do Sucesso se tornou uma banda emblemática. Foram eles os responsáveis por marcar a minha vida quando tudo ainda era muito novo, embalar os meus primeiros amores e ser a trilha preferida nas rodas de violão onde, saudosamente, vivi aquelas paixões com início despretensioso nas tímidas trocas de olhares. Hoje sentam em cadeira cativa no melhor lugar da minha memória. Até como músico me inspirei naquele baterista, veloz e preciso. Ele foi meu primeiro ideal.

Carregaram a reboque sua turma, foram os primeiros a gravar uma música de Renato Russo e fizeram, naquela época, Brasília entrar no circuito até então dominado por cariocas, ajudando a redefinir fronteiras. Eu tinha alguns amigos que preferiam a Legião. Eu não trocava os Paralamas por nada!

Melhor do que ouvir de novo Meu erro, Lanterna dos Afogados, Romance Ideal, Ela disse adeus, Uma Brasileira e Vital e sua moto, foi ver a mesma vitalidade e o mesmo vigor de 20 anos atrás, no palco do belo Teatro Guaíra, com som e iluminação impecável.

Curitiba foi palco desse inovador show da nova turnê Brasil Afora, naquela fria noite de sexta feira. Conhecer e conversar com eles foi como abrir um livro de história, ou melhor, um livro da minha história, bem ali, a cores, ao vivo. Márcia, amiga que me apresentou Bi Ribeiro, João Barone e Herbert Vianna, passou um tempo ao meu lado, conversando com eles. Com Bi, falei um bom tempo sobre um show deles que fui há tempos atrás, ele até lembrou os detalhes.
Já com Barone, a conversa não podia ser outra - bateria, claro! Ele me falou sobre técnica e o novo show. Falei pra ele da nova cena de Recife, quando me perguntou. Coincidentemente, ele que só usa TAMA, veio com um kit inédito da GRETSCH num trecho do show. Também gosta dos Beatles, me confirmou. E falamos de tanta coisa... Segunda Guerra, pads eletrônicos, samplers. Aqueles minutos duraram uma eternidade.


Deixei pra falar com Herbert no final, tava cercado por umas meninas do fã clube. Quando elas saíram, conversamos e aprendi muito com ele naqueles poucos minutos. Não pelo que passou, nem pelo que compôs. Nem tampouco pelo que cantou nessas quase três décadas. Aprendi com o silêncio dele, entre uma frase e outra. Vi o quanto os que sonham com o showbizz, candidatos a ídolo da presente geração precisam aprender. A cadeira de rodas não foi capaz de detê-lo, nem diminuir a sua vibração, segundo os que vivem com ele. Exemplo de amor, amizade, garra e compromisso. Contei pra ele alguns dos meus sonhos e ele me incentivou a seguir acreditando neles, as estrelas realmente são altas. E, assim, continuo 'seguindo as palavras e buscando as estrelas'.

sábado, 9 de maio de 2009

Eu tenho dois amores

Voltei a Recife pra alguns compromissos essa semana.
Depois de matar aquela minha saudade de tanta gente, dos amigos, do estúdio, da igreja, da praia, voltei a sentir saudade.
Saudade de Curitiba. A cada dia me apaixono mais por essa cidade.
E saudade, independente do tamanho, só dá em quem ainda é apaixonado.
Comprei em Recife uma bandeira de Pernambuco, pra me amostrar por aqui, 'o que eu herdei de minha gente eu nunca posso perder'.
Mas confesso que novas cores também começam a ser asteadas no coração. Eu tenho dois amores.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Alguns procuram sonhos pra poder viver. Ele fez o contrário.

Exemplos de gente procurando salvação pra vida me enchem os olhos. Quanta gente esperando por um transplante! Em São Paulo, outro dia, um garoto deixou o lar e sua família com o sonho de receber um novo coração e, assim, um novo fôlego pra sua tão pouca e sofrida vida. Felipe saiu de Pindamonhagaba para a capital quando descobriu que tinha um coração doente. Deixou a casa, a mãe, o irmão, os amigos, a escola e veio com a avó morar numa casa de apoio perto do hospital. Dizia querer viver e pra isso fazia tudo.

Forte né?!
Enquanto tanta gente procura a morte através das drogas, do álcool, e vivem a matar os outros e a si mesmo quando plantam sementes com a inveja, a luxúria sempre tão fútil e a impura lascívia, aquele pequeno procura a vida a todo custo, através dos sonhos, e planta no terreno da esperança, sementes de fé, alegria e caráter. Muito aprendi com você garoto! E lembrei na hora:


"Sendo, então, os fins aquilo que desejamos, e os meios aquilo sobre o que deliberamos e que escolhemos, as ações relativas aos meios devem concordar com a escolha e ser voluntárias. Ora, o exercício da virtude relaciona-se com os meios; portanto, a virtude está em nosso alcance, da mesma forma que o vício. Com efeito, quando depende de nós o agir, igualmente depende o não agir e vice versa, ou seja, assim como está em nossas mãos agir quando isso é nobre, do mesmo modo que temos o poder de não agir quando isso é vil; e temos o poder de não agir quando isso é nobre, do mesmo modo que temos o poder de agir quando isso é vil. Por conseguinte, depende de nós praticar atos nobres ou vis, e se é isso que significa ser bom ou mau, então depende de nós sermos virtuosos ou viciosos."

(Aristóteles, "Ética a Nicômaco", há um tempão atrás)

O que você acha que enxergam em você? E a quem realmente importa achar, o que Ele acha?
I Samuel
16.7

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Eu pedi sustenido e ela riu bemol!


Outro dia, relendo um e-mail que recebi há muito tempo da Leila Pinheiro, vi o quanto a arte não tem época e não sai da moda. É tão sutil quanto inusitada, e nasce como brotam aqueles deserdados à margem das rodovias, e tudo muda quando eles saem para ver a rua numa noite de lua. Ela me disse assim:

'Rafa,o poema que falei pra vc, é, na verdade um trecho em prosa de Adélia Prado. Está no livro dela chamado FILANDRAS. Se você não conhece a obra dela, não deixe de procurar. É um assombro! Uma maravilha!
Obrigada pelas palavras, não esqueci, e pelo show de Recife.
Apareça sempre!
Leila'

Resolvi reler aquele capítulo e hoje ele me pareceu diferente. Como eu me pareço diferente a cada dia. Quando a conheci, trocamos uma dúzia de palavras. A Roberta, uma amiga em comum, nos apresentou. Conversando, elogiei o show, ela agradeceu e me olhou muito, como se tivesse muito a dizer ainda. Veio dizer e eu só vim entender depois, como muitas coisas que eu só entendo hoje. Falei da singularidade daquele verso e da interpretação dela. Parecia uma música, mas não era! Foi um lampejo, e pra mim valeu a noite dizer aquilo pra ela. Por entender, ela me respondeu, e aquele foi o primeiro de muitos e-mails até revê-la. Quem diria!
Coisas guardadas pelo destino, numa caixa sem laço nem fitas. Mas com a melhor das surpresas, como os melhores e inesquecíveis presentes.
Indico e, como a Leila Pinheiro, 'é um assombro, uma maravilha!'

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Equilíbrio

Hoje ouvi uma frase que me chamou atenção. Foi na Especialização, dita de uma forma tão despretensiosa quanto precisa. Na verdade, vi traduzido em poucas palavras o que tinha levado tempo conjecturando, buscando adjetivos, figurações, alegorias.
"Juízos de valor equilibrados: sem excesso de rigor, sem excesso de tolerância."
Simples né?!
Não exija muito da vida. Nem tampouco deixe ela lhe cobrar. E sem excessos, todavia.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Estréia!

"Você não pode impedir que os passarinhos voem por cima da sua cabeça,
mas pode evitar que façam ninhos sobre ela."
(Martinho Lutero)

Guerreiros e guerreiras!

com essas sábias palavras de Martinho Lutero, 'abro-alas' e inauguro esse novo espaço, que surge com a certeza, da experiente certeza, de que no imprevisível estão as grandes alegrias que ainda teremos. Sempre fui mais feliz em momentos de distração. Por isso, não se impeça de não planejar!

Assim como deve ser a arte, espontânea e inédita, quero unir aqui histórias vividas de Norte a Sul, desse país cheio de facetas, segredos e encantos. E de tanta gente boa que conheço a cada dia.
Conto com a participação de todos!

Fique à vontade, pode entrar.... A casa é sua.

Rafa Fonseca.