terça-feira, 22 de setembro de 2009

Morre Ramiro Musotto.


Que tristeza tive hoje ao saber da morte do Ramiro Musotto.
Esse percusionista danado, um argentino com alma baiana!
Deixou um legado singular, cuja identidade dos trabalhos o tornou um músico inconfundível.
Chegou na Bahia em 1984, e suas primeiras gravações com Margarete Menezes e Daniela Mercury contribuiram para a formatação da música pop baiana, como ela é conhecida hoje.
Seu currículo é emblemático, e lembro de já tê-lo visto com os Paralamas, Lulu Santos, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Marisa Monte, Zeca Baleiro, Kid Abelha, Paulinho Moska, Martinho da Vila, Adriana Calcanhoto, Chico César, Fernanda Abreu, Titãs, Zélia Duncan, Moraes Moreira, Maria Bethania, João Bosco (ufa!).

Para mim, seu maior trabalho como sideman foi o DVD "In Cité" do Lenine, gravado em 2004 na França. Ele pareceu se multiplicar, compondo um trio ao lado da baixista cubana Yussa e do próprio Lenine. Já vi bandas com três percussionistas que não faziam juntos o que apenas suas pernas foram capazes de aprontar naquele show. É mágico.
E teve também o CD Ao Vivo do Skank, gravado em Ouro Preto. Tão sutil quanto indispensável, ele provou que era mesmo inconfundível, como o são aqueles cujo talento fala por si só.

Foi um músico completo (meio argentino e meio baiano, é bem verdade. Aliás, duas coisas difíceis de engolir...), e como a música tem essa magia de eternizar as pessoas, o que ele legou o deixará vivo por muito mais tempo. E, como seu jargão favorito era 'tamo vivo pai!' é assim que permanecerá para sempre. Entrando pelos ouvidos e sendo difícil, beirando o impossível, de ser esquecido.

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