quinta-feira, 16 de abril de 2009

Eu pedi sustenido e ela riu bemol!


Outro dia, relendo um e-mail que recebi há muito tempo da Leila Pinheiro, vi o quanto a arte não tem época e não sai da moda. É tão sutil quanto inusitada, e nasce como brotam aqueles deserdados à margem das rodovias, e tudo muda quando eles saem para ver a rua numa noite de lua. Ela me disse assim:

'Rafa,o poema que falei pra vc, é, na verdade um trecho em prosa de Adélia Prado. Está no livro dela chamado FILANDRAS. Se você não conhece a obra dela, não deixe de procurar. É um assombro! Uma maravilha!
Obrigada pelas palavras, não esqueci, e pelo show de Recife.
Apareça sempre!
Leila'

Resolvi reler aquele capítulo e hoje ele me pareceu diferente. Como eu me pareço diferente a cada dia. Quando a conheci, trocamos uma dúzia de palavras. A Roberta, uma amiga em comum, nos apresentou. Conversando, elogiei o show, ela agradeceu e me olhou muito, como se tivesse muito a dizer ainda. Veio dizer e eu só vim entender depois, como muitas coisas que eu só entendo hoje. Falei da singularidade daquele verso e da interpretação dela. Parecia uma música, mas não era! Foi um lampejo, e pra mim valeu a noite dizer aquilo pra ela. Por entender, ela me respondeu, e aquele foi o primeiro de muitos e-mails até revê-la. Quem diria!
Coisas guardadas pelo destino, numa caixa sem laço nem fitas. Mas com a melhor das surpresas, como os melhores e inesquecíveis presentes.
Indico e, como a Leila Pinheiro, 'é um assombro, uma maravilha!'

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