quinta-feira, 29 de julho de 2010

Eliza 'Repúdio'

Como temos juízes nesse Brasil!
Todos querendo condenar o Bruno, Macarrão, Bola...
"Prisão perpétua! Pena de morte! Assassino!", já ouvi de tudo por aí. E num país como o nosso é muito fácil, e tão quanto irresponsável, ser formador de opinião.
Imagino se a Eliza Samudio aparecesse, vinda da Europa com as mãos tomadas de compras (rotina comum a essas mulheres) e desembarcasse no Galeão sem saber que estava morta. Sim, porque a desinformação é tamanha que teve noticiário nos EUA mostrando a foto do goleiro Bruno, mas o da Seleção Brasileira de Handebol, como sendo o "assassino de uma mulher que era mãe do seu filho", tamanha a confusão da polícia, da justiça e dos inconsequentes e irresponsáveis (!) meios de comunicação.

Acho improvável ela estar viva, mas é preciso provar que ela está morta.
E não cabe aos acusados provar que ela está viva e sim às autoridades demonstrarem a sua morte. Isso é coisa muita séria para se presumir. Se a vida é um bem, a liberdade também o é, e até a esposa do goleiro está presa. Só faltam prender o menor e diminuir jurisprudencialmente a idade fixada legalmente.
Se ela pode estar morta, do mesmo modo também pode estar viva. É tudo possibilidade e suposição.
Sim, porque esqueça presunção de inocência ('todos são inocentes até prova em contrário', blá, blá, blá), contraditório e ampla defesa e outros princípios previstos na Constituição. A Carta Magna, coitada, tem seu exemplar em cada lixeira das Delegacias de Polícia espalhadas por essa republiqueta de bananas chamada Brasil.

Vivemos no país da farsa, isso não é novidade. Na política, é uma Dilma Roussef, que nunca sorriu nos 7 anos em que foi ministra (ao contrário, espalhou antipatia e hostilidade por onde foi), e de uma hora pra outra aparece com um sorriso aberto e amarelo, falso como grande parte do PT, e viajando - mesmo doente - com o Lula pra tudo quanto é lugar. No esporte, é um país que sediará uma Copa do Mundo mas que não sabe organizar nem os seus próprios campeonatos - com datas, regulamentos e fórmulas malucas. E no Judiciário não podia ser diferente, claro. Se o bispo é corrupto, o concílio não podia ficar atrás.

Enfim, é preciso concluir esse post, antes que você deixe de lê-lo.
Mas é preciso também achar o corpo morto. Antes que ele apareça calçando Louis Vuitton, vestindo Gucci e cheirando a Chanel. E ingressando com uma ação de alimentos, pedindo R$ 10.000,00 por mês, talvez para mais uma viagem.

Maria, maria

Maria é uma menina com uma bela história de vida.
Depois de nascer jamais encontrou e conquistou nada fácil. Aliás, vida fácil era uma coisa que ela jamais veio a ter.
Ao invés de fraldas, leite, conforto, escola, cultura, celular, internet, paqueras, faculdade, shows, academia e viagens, Maria foi empurrada pra vida, como boa parte de seres que parecem brotar como grama e são lançados à própria sorte, sem nenhum instrumento e desejos que funcionam como ópio trazido por uma modernidade cruel.
Quando ouvi a sua história, lembrei de um poema da Adélia Prado, onde ela disse assim:
"(...) tudo que nasce deve mesmo nascer sem empecilho, mesmo que os nascituros formem hordas e hordas de miseráveis e os governos não saibam mais o que fazer com os sem-teto, os sem-terra, os sem-dentes e as igrejas todas reunidas em concílio esgotem suas teologias sobre caridade discernida e não tenhamos mais tempo de atender à porta a multidão de pedintes. Ainda assim, a vida é maior, o direito de nascer e morar num caixote à beira da estrada é muito maior. Porque um dia, e pode ser um único dia em sua vida, um deserdado daqueles sai de seu buraco à noite e se maravilha. Chama seu compadre de infortúnio: vem cá, homem, repara se já viu o céu mais estrelado e mais bonito que este! Para isto vale nascer."

E a vida, como essa série de coisas que não sei explicar bem, segue com tantas marias
, com dores de menina calada, deixando a vida nascer e morrer, com uma série de coisas que nem todos conseguem ver nesse intervalo. Talvez por isso exista tanta infelicidade espalhada por aí.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Amor

Ainda bem que se for comprado não é ele,
se soberbo nunca será ele,
e se tiver inveja, vaidade, interesse próprio, pode ser qualquer coisa, menos ele.

Maurício de Souza não tem idade...



Modéstia Parte

O que aconteceria se depois de pensar muito em fazer uma coisa, você reunisse amigos e os convidasse a fazer algo exatamente como você imagina há anos?! Pessoas com a mesma intenção, talentosas e de cuja companhia passaria horas fazendo o que mais gosta, que é tocar. Depois visse que tudo o que imaginou no papel ficasse melhor ainda na realidade?!
Assim venho, de primeira mão anunciar minha nova banda - digo minha porque sou um pai orgulhoso, assim como a maioria dos pais dos bons filhos.

Vem aí a Modéstia Parte, pra fazer música que toca às 17:30 nas rádios e música do lado 'B' de alguns LP's que muitos ainda guardam em casa. Aposto que irão consertar a vitrola e reviver os clássicos que tocaremos ao vivo, aposto!

Venho acompanhado e, Modéstia Parte, muito bem acompanhado. Pois como dizia Vinícius, só ando em boa companhia. Flávio nos vocais, com a força, garra e alegria que lhe são peculiares, achei as músicas iradas no timbre inconfundível dele. Riva Le Boss na guitarra, melhor produtor musical que conheço, trazendo consigo toda a estrada, experiência e versatilidade, que são públicos e conhecidos, além de ser sangue bom pra caramba. Israel, no baixo, meu fiel companheiro e talento que dispensa menção. Aliás, dispensa não, já que essa banda tem o jeito dele: surpreendente e consistente. Nos teclados, uma nova e grata surpresa, Ricardo "Gordo", músico dos mais sérios e comprometidos que já vi e ouvi tocar, é o maestro e termômetro que mede o clima do nosso repertório - quando o bicho pega a culpa é dele. E nos metais, para o meu orgulho, Adriano "The Sax Man" e João Perninha no Trompete compõem o naipe mais performático que conheço, e que trouxe consigo o peso que precisávamos.

Enfim, vocês estão perdendo por nos esperar. Módestia Parte.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Na centésima primeira

"Quando nada mais parece ajudar, eu vou e olho o cortador de pedras martelando sua rocha, talvez cem vezes,
sem que uma só rachadura apareça.

No entanto, na centésima primeira martelada, a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi aquela a que conseguiu, mas todas as que vieram antes."

(Jacob Ritss)

Sempre preciso (sinônimo de exato, mas também de necessário).
Sempre Fabrício.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Guaraná, suco de caju e goiabada para sobremesa

Meu melhor presente de aniversário, dado pelo sempre criativo Diego 'Nego' Rosendo, o livro 'Vale Tudo - O som e a fúria de Tim Maia', que é a biografia desse literal enorme artista, compositor, cantor e sobretudo sinônimo de encrenca, contada pela precisa caneta de Nelson Motta, veio em muito boa hora e coincidiu com o meu retorno para a noite.

Após recusar alguns convites pra tocar, não por vaidade mas por simples falta de tempo, volto fazendo da arte um refúgio em tempos de sem-graça geral. Na política, no esporte e na poesia tudo anda em um banho maria insoso, inimaginável nos tempos do síndico da Música Popular Brasileira. Todos sabem, não sou muito da noite, gosto do dia, da alvorada. Mas tenho que reconhecer que é no entardecer que as pupilas ficam mais propensas a deixar o resto do corpo mais feliz.

E é lembrando o velho Sebastião Rodrigues Maia, que traduzo tudo isso: só não vale dançar homem com homem, e nem mulher com mulher. O resto vale.