segunda-feira, 18 de maio de 2009

O Sucesso dos Paralamas


Na última sexta conheci de perto uma das maiores bandas brasileiras de todos os tempos.
Talvez a melhor, pelo menos do meu tempo. E como alguns meninos que, na década de 80, começaram a fazer rock no Brasil tem o mérito de ser reconhecidos como uma geração relevante da música brasileira, crédito a essa banda isso aí.

Além de referência, para mim Os Paralamas do Sucesso se tornou uma banda emblemática. Foram eles os responsáveis por marcar a minha vida quando tudo ainda era muito novo, embalar os meus primeiros amores e ser a trilha preferida nas rodas de violão onde, saudosamente, vivi aquelas paixões com início despretensioso nas tímidas trocas de olhares. Hoje sentam em cadeira cativa no melhor lugar da minha memória. Até como músico me inspirei naquele baterista, veloz e preciso. Ele foi meu primeiro ideal.

Carregaram a reboque sua turma, foram os primeiros a gravar uma música de Renato Russo e fizeram, naquela época, Brasília entrar no circuito até então dominado por cariocas, ajudando a redefinir fronteiras. Eu tinha alguns amigos que preferiam a Legião. Eu não trocava os Paralamas por nada!

Melhor do que ouvir de novo Meu erro, Lanterna dos Afogados, Romance Ideal, Ela disse adeus, Uma Brasileira e Vital e sua moto, foi ver a mesma vitalidade e o mesmo vigor de 20 anos atrás, no palco do belo Teatro Guaíra, com som e iluminação impecável.

Curitiba foi palco desse inovador show da nova turnê Brasil Afora, naquela fria noite de sexta feira. Conhecer e conversar com eles foi como abrir um livro de história, ou melhor, um livro da minha história, bem ali, a cores, ao vivo. Márcia, amiga que me apresentou Bi Ribeiro, João Barone e Herbert Vianna, passou um tempo ao meu lado, conversando com eles. Com Bi, falei um bom tempo sobre um show deles que fui há tempos atrás, ele até lembrou os detalhes.
Já com Barone, a conversa não podia ser outra - bateria, claro! Ele me falou sobre técnica e o novo show. Falei pra ele da nova cena de Recife, quando me perguntou. Coincidentemente, ele que só usa TAMA, veio com um kit inédito da GRETSCH num trecho do show. Também gosta dos Beatles, me confirmou. E falamos de tanta coisa... Segunda Guerra, pads eletrônicos, samplers. Aqueles minutos duraram uma eternidade.


Deixei pra falar com Herbert no final, tava cercado por umas meninas do fã clube. Quando elas saíram, conversamos e aprendi muito com ele naqueles poucos minutos. Não pelo que passou, nem pelo que compôs. Nem tampouco pelo que cantou nessas quase três décadas. Aprendi com o silêncio dele, entre uma frase e outra. Vi o quanto os que sonham com o showbizz, candidatos a ídolo da presente geração precisam aprender. A cadeira de rodas não foi capaz de detê-lo, nem diminuir a sua vibração, segundo os que vivem com ele. Exemplo de amor, amizade, garra e compromisso. Contei pra ele alguns dos meus sonhos e ele me incentivou a seguir acreditando neles, as estrelas realmente são altas. E, assim, continuo 'seguindo as palavras e buscando as estrelas'.

sábado, 9 de maio de 2009

Eu tenho dois amores

Voltei a Recife pra alguns compromissos essa semana.
Depois de matar aquela minha saudade de tanta gente, dos amigos, do estúdio, da igreja, da praia, voltei a sentir saudade.
Saudade de Curitiba. A cada dia me apaixono mais por essa cidade.
E saudade, independente do tamanho, só dá em quem ainda é apaixonado.
Comprei em Recife uma bandeira de Pernambuco, pra me amostrar por aqui, 'o que eu herdei de minha gente eu nunca posso perder'.
Mas confesso que novas cores também começam a ser asteadas no coração. Eu tenho dois amores.